Fazedor de Tendas é a expressão moderna
usada para se referir ao missionário que, inspirado no exemplo do apóstolo
Paulo, trabalha para se sustentar e criar oportunidades de estabelecer pontes
com o contexto local. Já que a profissão de Paulo era a de fazedor de tendas, conforme
Atos 18.3, adotou-se essa expressão como referência a esse tipo de missionário.
Durante
boa parte de seu ministério, Paulo se “autossustentou”. Ele explica esse
sustento da seguinte forma: “Porque
vos recordais, irmãos, do nosso labor e da fadiga. E de como, noite e dia
labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, proclamamo-vos o
evangelho de Deus.” (1 Ts 2.9).
Em Atos
28.30-31 tem-se mais claramente o modelo de atuação do fazedor de tendas: “Por dois anos, permaneceu Paulo na
própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o
reino de Deus e, com toda a intrepidez, sem impedimento nenhum, ensinava as
coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo”.
Vale
considerar o período que Paulo esteve em Roma: “dois anos”. Além de uma marca
de seu ministério, esse curto período é uma estratégia muito interessante, pois
gera no missionário um senso de urgência e faz com que ele precise se organizar
e trabalhar para divulgar o Evangelho mais rapidamente.
Em
seguida, vê-se que Paulo vivia em uma casa alugada. Isso o ajudava a não se
estabelecer definitivamente. Ele estava sempre pronto a ir adiante, a buscar o
próximo destino. Semelhantemente os fazedores de tenda de hoje buscam estar
sempre prontos a ir para a próxima oportunidade de emprego ou o próximo povo a
ser alcançado.
A
descrição do modelo continua com a hospitalidade: “recebia todos que o
procuravam”. Ser hospitaleiro é algo particularmente difícil. Normalmente o
missionário vive em um contexto transcultural em que sua casa tem a tendência
de se tornar um refúgio; é o cantinho onde ele pode viver a própria cultura, os
hábitos de seu povo e onde ele se sente literalmente em casa. Acontece que é
justamente no abrir das portas desse refúgio que a efetividade do trabalho
começa. O estrangeiro entra na casa do missionário hospitaleiro cheio de
curiosidade sobre a cultura e a forma de vida daquele estrangeiro. Ali ele
começa a perceber, de forma prática, o que é o cristianismo.
E o modelo
termina mostrando que, “com
toda a intrepidez, sem impedimento nenhum, ensinava as coisas referentes ao
Senhor Jesus Cristo”. No contexto de seu lar é sempre possível
falar de Cristo, mesmo em países onde fazer isso publicamente seja proibido. Os
fazedores de tenda exploram o exemplo de Paulo ao máximo sendo eficazes na
pregação do Evangelho mesmo em contextos reconhecidamente fechados.
Ser um
fazedor de tendas hoje é ser um cristão que, atendendo ao chamado da Grande
Comissão, se dispõe a usar sua profissão para se sustentar conseguindo
oportunidades de trabalho que o colocam por um curto período em um contexto
transcultural. Sendo ele hospitaleiro, tem a oportunidade de pregar e viver o
Evangelho para impactar aquele povo e aquela nação. Com isso, ele consegue
levar o nome de Cristo adiante.
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