Igreja Cristã Evangélica de Natal
Blog da Igreja Cristã Evangélica no Planalto, Natal/RN, do Ministério SEARA. Está em Natal desde 1991 e no Brasil de 1878. A ICEN está desde 1994 "Alcançando o sertanejo nordestino com o Evangelho de Cristo genuíno".
Boas Vindas
Bem vindo (a) ao blog Igreja Cristã Evangélica de Natal.
Através dele queremos informá-l0 (a) sobre nossa igreja local, o que cremos e pregamos e assim, sinta-se motivado (a) a conhecer sobre a Vida Eterna e a salvação que já somente em Jesus Cristo, centro de nossa mensagem. Somos uma igreja histórica, que está no Brasil desde julho de 1878. Somos conhecidos por alguns como os Irmãos ou Irmãos Unidos. Nos países latinos, como Hermanos Libres, cujas igrejas se denominam também de Iglesia Cristiana Evangélica.
A Igreja Cristã Evangélica está em Natal, desde 1989, tendo começado suas atividades no Planalto em 21 de Abril de 1992. Ela crê e prega que a Salvação e a Vida Eterna ocorrem somente pela fé na Pessoa e obra de Jesus Cristo como Salvador e Senhor, sem qualquer mérito de nossa parte. Não usa de chantagem emocional ou financeira com quem quer que seja, pois não vê autoridade Bíblica para tal.
Se você deseja conhecer mais sobre nós e sobre a salvação e a vida eterna, entre em contatos conosco pelos endereços aqui postados, ou então fazendo-nos uma visita em um de nossos cultos. Que a graça do Senhor Jesus seja contigo e com a sua família!
Igreja Cristã Evangélica de Natal
“Alcançando o Sertanejo Nordestino Com o Evangelho de Cristo Genuíno”
Missão SEARA - www.seara.org.br
segunda-feira, 11 de julho de 2022
Hino 216 – “É Nosso Lar” Richard Holden - ppt carregar
segunda-feira, 4 de abril de 2022
O COMPORTAMENTO DAS ESPOSAS
Parte 1 (1 Pedro 3.1-6)
Norbert
Lieth
“1 Igualmente vocês, esposas, estejam sujeitas,
cada uma a seu próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra,
seja ganho sem palavra alguma, por meio da conduta de sua esposa, 2
ao observar o comportamento honesto e cheio de temor que vocês têm. 3 Que
a beleza de vocês não seja exterior, como tranças nos cabelos, joias de ouro e
vestidos finos, 4 mas que ela esteja no ser interior, uma
beleza permanente de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor
diante de Deus. 5 Pois foi assim também que, no passado,
costumavam se enfeitar as santas mulheres que esperavam em Deus, estando cada
qual sujeita a seu próprio marido. 6 Foi o que fez Sara, que
obedeceu a Abraão, chamando-o de "senhor", da qual vocês se tornaram
filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.”
1Pedro
3.1-6, não se trata do comportamento nos cultos ou na vida da igreja, mas do
comportamento nas relações matrimoniais e no círculo familiar íntimo. Para o
casamento vale que as esposas “estejam sujeitas... a seu próprio marido”.
Devemos
levar em conta que se trata do poder de testemunho do evangelho. As mulheres,
por meio do comportamento de submissão, buscam ganhar seus maridos incrédulos
para Jesus, sendo que essa é a única maneira prevista para tanto.
Versículos 1-2
“Igualmente
vocês, esposas, estejam sujeitas, cada uma a seu próprio marido, para que, se
ele ainda não obedece à palavra, seja ganho sem palavra alguma, por meio da
conduta de sua esposa, ao observar o comportamento honesto e cheio de temor que
vocês têm.”
Esses
judeus viviam em um mundo pagão com suas práticas pagãs. Não era incomum que as
esposas se convertiam, enquanto os maridos ainda continuavam incrédulos. Essa
libertação por meio de Cristo, no entanto, não deveria levar a uma conduta
autônoma. Por isso, Pedro exortou que as mulheres não se separassem de seus
maridos, nem mesmo que alegassem determinados direitos, mas a se submeterem,
servindo na prática de exemplo para o marido sem proferir palavras, com o
objetivo de também ganhá-lo para Jesus. Não há poder de convencimento maior do
que o de uma vida transformada e um bom exemplo.
Não há
poder de convencimento maior do que o de uma vida transformada e um bom
exemplo.
Essa
afirmação é ao mesmo tempo animadora, pois fala de homens que se negam a crer
na Palavra; não de ignorantes ou indiferentes, mas daqueles que se opõe
conscientemente e assim são convictos opositores ao evangelho. No entanto, o
texto nos mostra que não há caso sem esperanças, pois mesmo os homens mais
obstinados e difíceis podem ser conquistados, mas o meio para tanto, no
restrito ambiente familiar, não possui disputas verbais, discussões,
argumentações de superioridade, discursos, tampouco adianta implorar, mas
apenas basta uma boa atitude sem qualquer palavra.
Os
estudiosos J. B. Nicholson e G. P. Waugh escrevem o seguinte sobre o versículo
2: “O marido não consegue, de sã consciência, negar constantemente a beleza
da vida realmente agradável a Deus vivida por sua esposa”[1].
Nota
- B. Nicholson e G. P.
Waugh, Was die Bibel lehrt: 1. Petrusbrief, 2. Petrusbrief.
CV-Kommentarreihe Neues Testament, trad. Gerhard Giesler e Joachim Köhler
(Dillenburg: Christliche Verlagsgesellschaft, 1991).
segunda-feira, 3 de janeiro de 2022
EXCELÊNCIA OU EXIBICIONISMO?
Não estou descrevendo um show de algum músico
famoso, mas sim o culto de muitas igrejas contemporâneas. Preciso dizer de
partida que não sou contra todo esse aparato. Creio que igrejas devem investir
em seus momentos de culto com tudo que a tecnologia (e seus orçamentos)
permite. Não há desculpas para fazer um culto desleixado e afirmar ao mesmo
tempo que isso é mais espiritual. Evidentemente, o culto deve representar tanto
a comunidade da igreja como o tipo de pessoa que pretendem alcançar.
Eu já participei de cultos de mais de três horas de
duração, sentado em tábuas apoiadas em tocos de madeira, com apresentações
musicais de aparente devoção, mas de péssima qualidade musical. Ainda assim, o
povo presente estava evidentemente louvando a Deus e sendo conduzido à sua
presença, tanto pelas músicas como pela pregação da Palavra. Esse tipo de
culto, no entanto, não tem lugar no ambiente urbano, moderno e sofisticado de
nossas cidades.
Qual o problema então com cultos mais produzidos?
Certamente não é o investimento feito, ou a qualidade em que cada aspecto é
preparado. O princípio da excelência afirma que devemos fazer o melhor que
pudermos mediante os recursos que temos para oferecer a Deus uma adoração que
honre seu nome. Ao mesmo tempo (me perdoem os puristas) nossos cultos devem
também envolver os participantes, deve ter uma estética que mova o co
ração dos
membros e dos visitantes. Muito embora o culto seja oferecido a Deus e não aos
participantes, usar isso como desculpa para desleixo ou falto de investimento e
preparo é apenas uma desculpa para mediocridade.
O perigo, muitas vezes é quando a excelência é
desvirtuada em exibicionismo, uma postura arrogante que prioriza a performance
sobre a essência. Muito embora, em minha opinião, devamos oferecer a Deus o que
temos de melhor em todos os sentidos, o que Deus realmente deseja é uma
adoração que venha de um coração rendido a ele. Talvez uma das passagens que
melhor expressam isso é Salmos 51.16-17:
Pois não te agradas de sacrifícios; do contrário,
eu os ofereceria; e não tens prazer em holocaustos. Sacrifício agradável a Deus
é o espírito quebrantado; coração quebrantado e contrito, não o desprezarás, ó
Deus.
Em Israel, sacríficos e holocaustos eram a coluna
dorsal da adoração. Em algumas ocasiões festivas, o próprio Davi ofertou
milhares de animais para o sacrifício (1Crônicas 29.21). Nesse salmo, ao
enfrentar seu pecado de adultério e assassinato, o rei poeta deixa claro que
não são os atos, mas o coração que é o cerne da adoração. Pode-se dizer que um
coração quebrantado e contrito é a essência da adoração. Essência tem de se
manifestar em alguma forma. Essência sem forma não existe. Sendo assim, um
coração de quebrantamento e gratidão tem de assumir uma forma. O problema é
quando a forma exclui a essência, pois, diferentemente da essência, forma sem
essência existe e é tragicamente comum no campo da religiosidade.
A excelência na forma se torna problemática quando,
mesmo que não intencionalmente, começa a sufocar ou excluir a essência. Quando
a busca de excelência em um culto faz com que manifestações carnais, arrogantes
ou “performáticas” se tornem o centro desse momento. Esse é o instante em que o
exibicionismo surge.
Minha oração é que, nesse novo ano, igrejas fiéis
se esmerem em preparar e promover eventos que manifestem toda a criatividade, a
majestade e a perfeição da qual somos capazes. Quando preparamos um culto ou
qualquer outro evento com excelência estamos adorando a Deus tanto no evento
como na forma como o preparamos. Ao mesmo tempo, que nossos corações estejam
bem centrados no fato de que ele é a fonte e a razão de tudo que fazemos. Que
nossos corações evitem “roubar” os louvores com a qualidade de nossas
apresentações!
Por Daniel Lima – Extraído de: www.chamada.com.br
terça-feira, 4 de maio de 2021
O QUE É CONVERSÃO?
“À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus e chamados para serem santos, com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1Coríntios 1.2)
Observa-se claramente no Novo Testamento que considerava-se como participante da igreja somente aquelas pessoas que pertenciam a Jesus Cristo. O apóstolo Paulo endereçou suas cartas às igrejas da seguinte maneira: “A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos” (Romanos 1.7); “Aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso” (Efésios 1.1b); “A todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos...” (Filipenses 1.1b); “Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que estão em Colossos” (Colossenses 1.2a); “À igreja dos tessalonicenses, em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo” (1Tessalonicenses 1.1b).
Biblicamente,
“santo” (hebraico, kadosh; grego, hagios) significa “pertencente
a Deus”, “separado para Deus”. A pessoa se torna santa se ela – pela fé
– aceitar a obra redentora de Jesus Cristo na cruz. Aquele que aceita a obra
redentora de Jesus Cristo e se coloca totalmente ao lado do seu Salvador
realiza uma troca de senhorio. Ele se afasta do reino de Satanás, do pecado e
da morte, e é integrado no reino de Jesus Cristo, da justiça e da vida eterna.
A Bíblia chama essa troca de senhorio de “conversão” (hebraico, shub; grego, metanoia). Assim, santos são
todos aqueles que creem em Jesus Cristo, que foram redimidos por meio do
sacrifício dele na cruz e que o honram como Senhor das suas vidas. Ou seja, não
constituem uma “elite de escolhidos” que são “declarados santos” por outras
pessoas.
No
dia do Pentecostes, após a pregação profundamente espiritual de Pedro, a
multidão perguntou aos apóstolos: “‘Irmãos, que faremos?’, Pedro respondeu:
‘Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para
perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo... Salvem-se desta
geração corrompida!’” (Atos 2.37b-40). Com o afastamento da velha vida, a
conversão a Jesus Cristo e o batismo no nome dele, as pessoas são integradas na
igreja. Quem pertence a Jesus recebeu o Espírito dele. E esse Espírito o fez
renascer para uma nova vida: “Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de
novo” (João 3.3b). “Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o
evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa”
(Efésios 1.13). “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são
filhos de Deus” (Romanos 8.14).
Você
querido amigo leito, pode experimentar isso, através de uma oração sincera: Onipotente
Deus, por favor, perdoa-me que no passado eu vivi somente para mim. Por favor,
purifica e renova-me totalmente. Refrigera-me com a dádiva da tua salvação e
seja o Senhor da minha vida.
Lothar Gassmann - www.chamada.com.br
domingo, 21 de fevereiro de 2021
A ORIGEM E QUEDA DE SATANÁS
Douglas Bookman
Na história do Universo nunca houve – nem haverá – traição maior. A criatura que representava a mais magnificente obra de seu Criador ressentiu-se de que sua glória era apenas emprestada, de que o papel que lhe estava destinado era o de tão somente refletir a infinita majestade do Deus que lhe deu o fôlego da vida. Dessa maneira, nasceu no coração de Lúcifer – e, em última análise, no recém-criado universo moral – o desprezível impulso da rebelião. Esse impulso originou a insurreição angélica que foi a mais terrível sedição na história em todos os tempos.
UMA QUESTÃO PRELIMINAR
Por mais
importante e original que tenha sido essa rebelião angélica, as Escrituras não
incluem um registro específico do evento. No Antigo Testamento, Satanás aparece
pela primeira vez no relato da queda de Adão (Gn 3). Ali, no entanto, ele já era
o tentador caído que seduziu os primeiros seres humanos ao pecado. Dessa forma,
já no início das Escrituras, a queda de Satanás é tratada como fato. Mas, por
razões que não são esclarecidas em nenhum lugar, o próprio relato de sua queda
está ausente nesse registro.
Ainda assim, o
evento é lembrado duas vezes nos escritos dos profetas: por Isaías, em meio a
uma inspirada diatribe contra a Babilônia (Is 14.11-23), e, mais tarde, por
Ezequiel, quando ele repreende duramente o rei de Tiro (Ez 28.11-19). Essas
duas passagens contam-nos a maior parte do que sabemos sobre a queda de
Satanás.
Entretanto, aqui
temos algumas dificuldades exegéticas. Em ambas as passagens, a menção da
rebelião de Lúcifer aparece abruptamente num contexto que não trata,
especificamente, de Satanás. Esse fato levou muitos estudiosos da Bíblia a
rejeitar a idéia de que as passagens se referem a uma rebelião luciferiana e a
insistir que elas focalizam exclusivamente os governantes humanos das nações
pagãs às quais são dirigidas.
Apesar disso, é
preferível entender que Isaías e Ezequiel propositalmente queriam levar os
leitores para além dos crimes de reis humanos, guiando-os até a percepção do
grande arquétipo do mal e da rebelião, o próprio Satanás. Essas passagens
incluem descrições que, mesmo levando em conta a inclinação ao exagero por
parte de governantes da Antiguidade, não poderiam ser atribuídas a qualquer ser
humano. O emprego da primeira pessoa do singular (por exemplo: “Eu
subirei...”; “exaltarei o meu trono...”; “me
assentarei...”) em Isaías 14.13-14 refletiria um nível de ostentação
indicativo de insanidade, caso fosse proferido por um mero ser humano, mesmo em
se tratando de um dos monarcas pagãos babilônicos, que a si mesmos divinizavam.
E qual rei de Tiro poderia ser descrito como “cheio de sabedoria e
formosura... Perfeito... nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado...”
(Ez 28.12,15)?
Além disso, a
Bíblia ensina explicitamente que a perversidade do mundo visível é influenciada
e animada por um domínio povoado por espíritos caídos, invisíveis (Dn 10.12-13;
Ef 6.12), e que, em sua campanha traiçoeira e condenável de frustrar os
propósitos do Deus verdadeiro, esses espíritos maus são dirigidos por Satanás, o “deus
deste século” (2 Co 4.4).
É característico dos escritores bíblicos fazer a conexão entre o mundo visível e o invisível, e isso de forma tão abrupta que pega o leitor momentaneamente desprevenido. Quando Pedro expressou seu horror ante o pensamento da morte de Jesus, o Senhor lhe respondeu “Arreda, Satanás!” (Mt 16.23; cf. 4.8-10). De forma semelhante, repentinamente e sem aviso, o profeta Daniel pula de uma descrição profética sobre Antíoco Epifânio (Dn 11.3-35) para uma descrição similar do Anticristo dos tempos do fim (Dn 11.36-45). Antíoco, governante selêucida no período intertestamentário, precede o vilão maior que conturbará a terra nos últimos dias. Um salto abrupto e não-anunciado do mundo político ganancioso, auto-engrandecedor, visível, para o drama arquetípico que se desenrola num mundo invisível aos seres humanos – mas que, apesar de não ser visto, deu origem às atitudes denunciadas nessas passagens –, tal salto não está fora de lugar nas Escrituras.
Finalmente, por
trás das conexões feitas nessas duas passagens pode muito bem estar um tema que
freqüentemente retorna nas Escrituras. Nos tempos primitivos da Terra após a
queda, os rebeldes de Babel estavam determinados a construir “uma
cidade e uma torre” (Gn 11.4). A cidade era um centro de atividade
comercial, enquanto a torre representava o ponto focal do culto pagão. Essa
dupla caracterização do cosmo como expressão de egoísmo (o espírito ganancioso
do comercialismo não-santificado) e de rebelião (a busca por ídolos) ressoa ao
longo de toda a Palavra de Deus, chegando a um clímax em Apocalipse 17-18, onde
anjos que se mantiveram fiéis a Deus anunciam a tão esperada e muito merecida
destruição da Babilônia religiosa e comercial.
É instrutivo notar
que enquanto todo o trecho de Ezequiel 26-28 repreende severamente a Tiro – o
mais importante centro de comércio e de riqueza nos dias desse profeta – Isaías
14 denuncia Babilônia, que representa o centro da falsa religião ao longo de
toda a Escritura. Talvez essa caracterização do cosmo caído como “cidade e
torre” – tão importante naquilo que a Escritura afirma em relação ao mundo em
rebelião contra Deus – ajude a explicar o salto dado pelos profetas nas
passagens que consideramos. Quando contemplavam a cultura de seu tempo, que
incorporava perfeitamente um elemento do cosmo caído, cada um deles se sentiu
compelido pelo Espírito superintendente de Deus a focalizar a rebelião angélica
dos tempos primitivos, a qual animava a rebelião humana que estavam denunciando.
Dessa forma, essas duas críticas severas, que identificam os espíritos perversos de cobiça inescrupulosa e rebelião espiritual, ajudam a explicar por que tais espíritos predominam tantas vezes ao longo da história humana. Os textos referidos, ao mesmo tempo, também antecipam a destruição profeticamente narrada em Apocalipse 17 e 18.
A LINHAGEM DE SATANÁS
De Isaías 14 e
Ezequiel 28 emerge um quadro relativamente extenso de Satanás antes de sua
rebelião.
Sua pessoa: Ele
foi o ser mais exaltado de toda a criação (Ez 28.13,15), a mais grandiosa das
obras de Deus, um ser celestial radiante, que refletia da maneira mais perfeita
o esplendor de seu Criador. Assim, ele apropriadamente era chamado de Lúcifer.
Essa palavra vem de uma raiz hebraica que significa “brilhar”, sendo usada
unicamente como título para referir-se à estrela de maior brilho e cujo
resplendor mais resiste ao nascimento do Sol. O nome Lúcifer tornou-se
amplamente usado como título para Satanás antes de sua rebelião porque é o
equivalente latino dessa palavra. Na realidade, é difícil saber com certeza se
o termo foi empregado com o sentido de nome próprio ou de expressão descritiva.
Seu lugar: Ezequiel
afirmou que esse anjo exaltado estava“no Éden, jardim de Deus” (Ez 28.13). Aqui,
a referência não é ao Éden terreno que Satanás invadiu para tentar a
humanidade, mas à sala do trono em que Deus habita em absoluta majestade e
perfeita pureza (veja Is 6; Ez 1). Ezequiel 28 também chama esse lugar de “monte
santo de Deus”, onde Lúcifer andava “no brilho das pedras” (v.
14).Essas descrições não são apropriadas ao Éden terreno, mas adequadas à
sala do trono de Deus, conforme representações em outros lugares da Escritura.
Sua posição: Satanás é denominado “querubim da guarda ungido” (Ez 28.14). Querubins representam a mais alta graduação da autoridade angélica, sendo seu papel guardar simbolicamente o trono de Deus (compare os querubins esculpidos flanqueando a arca da aliança – o trono de Javé – no Tabernáculo ou Templo, Êx 25.18-22; Hb 9.5; cf. Gn 3.24; Ez 10.1-22). Lúcifer foi ungido (consagrado) por sentença deliberada de Deus (Ez 28.14: “te estabeleci”) para a tarefa indizivelmente santa de guardar o trono do todo-glorioso Criador. Ele é descrito como sendo dotado de beleza inigualável, vestido de luz radiante, equipado com sabedoria e capacidade ilimitadas, mas também criado com o poder de tomar decisões morais reais. Portanto, a obrigação moral mais básica de Satanás era a de permanecer leal a Deus, de lembrar sempre que, independentemente de quão elevada fosse a sua posição, seu estado era o de um ser criado.
A QUEDA DE SATANÁS
Neste ponto,
encontramo-nos diante de um dos mais profundos mistérios do universo moral,
conforme revelado nas Escrituras: “Como é que o pecado entrou no universo?”
Está claro que a entrada do pecado tem conexão com a rebelião de Satanás. Mas,
como foi que o impulso perverso surgiu no coração de alguém criado por um Deus
perfeitamente santo? Diante de tal enigma, temos de reconhecer que as coisas
encobertas de fato pertencem a Deus; as reveladas, no entanto, pertencem a nós
(Dt 29.29). E três dessas realidades claramente reveladas merecem ser
enfatizadas:
Primeiro: a
queda de Lúcifer foi resultado de sua insondável e pervertida determinação de
usurpar a glória que pertence unicamente a Deus. Esse fato é explicitado em uma
série de cinco afirmações que empregam verbos na primeira pessoa do singular,
conforme registradas em Isaías 14.13-14. Nisto consiste a essência do pecado: o
desejo e a determinação de viver como se a criatura fosse mais importante que o
Criador.
Segundo: Satanás
é inteira e exclusivamente responsável por sua escolha perversa. Nisso existe
uma dimensão inescrutável. Alguns têm argumentado que Deus deve ter Sua parcela
de responsabilidade por este (e todo outro) crime, porque, caso fosse de Seu
desejo, poderia ter criado um mundo em que tal rebelião fosse impossível.
Outros dizem que, se Deus tivesse criado um mundo em que apenas se pudesse
fazer o que o seu Criador quisesse, nele não poderiam ser incluídos agentes morais
feitos à imagem de Deus, dotados da capacidade de tomar decisões reais – e,
conseqüentemente, de escolher adorar e amar a Deus. Há verdade nessa
observação, mas também há mistério. O relato deixa claro que o orgulho fez com
que Lúcifer caísse numa terrível armadilha (Is 14.13-14; Ez 28.17; cf. 1 Tm
3.6), mas nada explica como tal orgulho de perdição pode surgir no coração de
uma criatura de Deus não caída e perfeita.
No entanto, não há
mistério quanto ao fato de que Satanás é, totalmente e com justiça, responsável
pelo seu crime. Ezequiel 28.15 afirma explicitamente que Lúcifer era perfeito
desde o dia em que foi criado, “até que se achou iniqüidade em ti”. A
culpabilidade moral é dele, e apenas dele. Na verdade, em toda sua extensão, a
Bíblia afirma que Deus governa soberanamente o universo moral e controla todas
as coisas – inclusive a maldade de homens e anjos – para que correspondam aos
seus perfeitos propósitos. Mas ela também ensina que Deus não deve e não será
responsabilizado por essa maldade, em qualquer sentido.
Finalmente, por
causa de sua rebelião, Satanás tornou-se o arquiinimigo de Deus e de tudo o que
é divino. Sua queda – bem como a dos espíritos que se uniram a ele – é
irreversível; não há esperança de redenção. Satanás foi privado da comunhão com
o Deus santo de forma final e irrecuperável. Para ser exato, Satanás ainda tem
acesso à sala judicial do trono do Universo por causa de seu papel de acusador dos
irmãos, papel este que lhe foi designado divinamente (Jó 1 e 2; Zc 3; Lc 22.31;
Ap 12.10). Tal acesso, no entanto, é destituído da comunhão com Deus ou da Sua
aceitação. Devido à sua traição, que foi a mais terrível na história do cosmo,
Satanás e seus anjos somente podem esperar a condenação e a punição eternas (Mt
25.41). Fonte: chamada.com.br